Conhece aquele ditado: "parece, mas não é"? Ele representa muito bem o assunto desse post: a pronúncia em inglês. Ao ver uma palavra, você acha que ela é falada do mesmo jeito que está escrita, mas descobre que não é bem assim. Quando o assunto é pronúncia, essa é a primeira diferença importante entre português e inglês.
No português, nossa língua materna, a correspondência pronúncia-escrita é bem alta. Ou seja, ao lermos uma palavra, podemos prever como dizê-la. A Língua Portuguesa não tem muitas variações de sons. Por exemplo, cada vogal (a-e-i-o-u) tem basicamente uma única pronúncia, exceto quando utilizamos alguma acentuação.
Por outro lado, essa correspondência pronúncia-escrita em inglês é bem baixa, ou seja, uma palavra nem sempre é falada exatamente como está escrita. A Língua Inglesa tem muito mais variações de sons que o português, tornando sua pronúncia bem menos previsível. Por exemplo, existem nada mais, nada menos que 13 sons diferentes para as vogais a-e-i-o-u. Isso mesmo: uma dúzia!
Um segundo detalhe sobre pronúncia é o sotaque. Tanto o português quanto o inglês oferecem diferentes sotaques de acordo com as regiões dos países nativos onde são faladas. Além disso, há diferenças de pronúncia entre países de mesma língua. Basta comparar o português falado em Portugal e no Brasil. Da mesma forma, existem as variações de inglês nativo também, como o britânico, americano, australiano, entre outros. Essas variáveis influenciam a pronúncia das palavras.
O mais curioso é que o inglês se tornou um idioma tão globalizado que, hoje em dia, existem mais pessoas não-nativas do que nativas falando a Língua Inglesa. Isso nos leva a pensar na imensidade de sotaques que existem: brasileiros, espanhóis, indianos, chineses, coreanos falando inglês com o sotaque de suas línguas maternas.
Faz tempo que rompeu-se com o paradigma "inglês americano ou britânico", essa barreira que cultuava aquela antiga ilusão de "falar inglês como um nativo". Nativo de onde? Você vai falar inglês como um nativo sim: um nativo do Brasil. E como brasileiro você fala inglês do seu jeito único. E com certeza vai conseguir se comunicar muito bem, sabendo pronunciar corretamente as palavras.
Bom, de qualquer forma, saiba que existe um "guia de sons", digamos assim, para nos ajudar: o International Phonetic Alphabet (Alfabeto Fonético Internacional) conhecido pela sigla IPA. Ele é internacional, ou seja, serve para todas as línguas. O IPA apresenta um grupo de símbolos que representam os sons das letras que existem no mundo todo. O modelo abaixo apresenta apenas os sons presentes na Língua Inglesa, pois é o que nos interessa nesse momento:
Veja que o IPA da Língua Inglesa é dividido em três partes: sons de vogais (em cima à esquerda), sons de ditongos (em cima à direita) e sons de consoantes (embaixo). Cada símbolo no IPA representa um som diferente, formando um total de 46 sons. Neste link, você consegue ouvir cada som individualmente e, em seguida, um exemplo de palavra que contém o som: https://thesoundofenglish.org/ipa/
Mas se o alfabeto tem 26 letras, por que existem 46 sons diferentes no IPA da Língua Inglesa? Um dos motivos é o fato de o inglês ser uma língua repleta de palavras com 1 única sílaba, o que levou à necessidade de mais sons diferentes para ser possível distinguir uma palavra da outra. E como podemos identificar esses sons dentro das palavras para saber pronunciá-las corretamente?
A frequente exposição ao inglês é a melhor forma de se familiarizar com a língua. Mas para praticar a pronúncia, não basta apenas ler em silêncio ou ouvir. Aí seria um ótimo treino de reading e listening.
Lembre que nosso aparelho fonador contém músculos e toda musculatura precisa de exercícios. Pronúncia se aprende repetindo, repetindo e repetindo em voz alta, seguindo um modelo de pronúncia, que pode ser o próprio IPA.
Outras ótimas estratégias: ler e ouvir um texto ao mesmo tempo e depois ler esse texto em voz alta, como nas nossas aulas; ouvir e repetir em voz alta palavras e frases isoladas em aplicativos de vocabulário como o Quizlet que oferecemos no nosso curso; repetir diálogos de vídeos, filmes e séries, que você pode escolher de acordo com sua preferência nas horas vagas.
Existem sons iguais em português e inglês, há sons semelhantes e aqueles sons que não existem nas duas línguas, são exclusivos, como o TH do inglês e o LH do português. Esses são os que exigem maior atenção, pois nossos aparelhos auditivo e fonador (ouvido, boca, língua e todas as partes relacionadas) não estão acostumados com eles.
Estudando, você vai começar a perceber que a pronúncia revela alguns padrões que se repetem. Conhecer esses padrões ajuda bastante também, além de saber quais sons causam maior confusão no inglês e no português. Contar com a ajuda de bons professores é a melhor forma de aprender, treinar e assim aprender a falar com segurança.
Até o próximo post! Bye!
Prof. Esp. Erika Pellini
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